Alimentação Infantil

Uma alimentação adequada, em qualquer idade, assegura o crescimento e o desenvolvimento fisiológico, manutenção a saúde e do bem-estar do individuo.

Quando se trata de crianças, o valor de uma dieta equilibrada torna-se imperativo pensando nos seguintes fatores:

- Elas se encontram em fase de crescimento,

- Desenvolvimento e formação da personalidade

- Formação dos hábitos alimentares, que irão refletir em sua vida adulta.

 

Sugere-se que os hábitos alimentares da criança são naturalmente orientados pelas preferências individuais, com influência da família e de outras interações psicossociais e culturais (Oliveira, 1995).

 

10 erros que não devemos cometer na educação alimentar da criança:

1. Dizer sempre sim: A criança sem limites vai abusar das calorias e das guloseimas. Devemos ter um dia por semana e situações em que podemos ser mais liberais.
2. Lanches fora de hora: O ideal é realizar 6 refeições diárias e evitar as beliscadas fora desses horários.
3. Oferecer comida como recompensa: “ Coma toda a sopa para ganhar a sobremesa”. Passa a idéia de que tomar sopa não é bom e que a sobremesa é que é o máximo.
4. Ameaçar castigos para quem Nno cumpre o combinado: “ Se não comer a salada, não vai ganhar presente”. Isso somente vai aumentar o ódio que a criança sente das saladas.
5. Brincadeiras na Mesa: Hora de comer é hora de seriedade, evitar fazer aviãozinho. Muito mimo é sinônimo de muita manha.
6. Ceder ao primeiro "Não gosto disso": a criança tem uma tendência a dizer que não gosta de uma comida que ainda não provou. Cada um pode comer o que quiser, o ideal é fazer com que a criança experimente todos os alimentos que puder.
7. Substituir refeições : Não quer arroz e feijão, então toma uma mamadeira. Esse erro é muito comum, e se a criança conseguir uma vez, vai repetir essa estratégia sempre.
8. Tornar a ida a uma Lanchonete, um programão : A comida de casa perderá a atenção.

9. Servir sempre a mesma comida: A criança só toma iogurte, então passa o dia todo tomando iogurte. Com isso ela poderá enjoar, provocando falta de nutrientes encontrados nos outros alimentos, reduzindo também a ingestão de fibras.
10. DAR O EXEMPLO: Não adianta mandar a criança beber sucos se os outros membros da casa só bebem refrigerantes.

 

Prevenção da Obesidade Infantil

Uma pesquisa realizada na capital baiana demonstrou que 65% dos adolescentes são sedentários, e metade deles fica mais de quatro horas diante da TV, do computador e de jogos eletrônicos.

Coordenado pela cardiologista da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Isabel Guimarães, o estudo envolveu 536 adolescentes, de 11 a 18 anos, de escolas públicas e privadas.
Os números lembrados no Dia Nacional de Combate ao Sedentarismo (10 de março), chamam a atenção para a importância de iniciar a prática de exercícios físicos desde a infância.

O problema que vem acometendo cada vez mais a população infanto-juvenil é apontado pela cardiologista como um questão de saúde pública.
Segundo ela, o sedentarismo é um dos principais fatores de risco para a obesidade.

“A criança com excesso de peso tem 80% de se tornar um adolescente obeso e, conseqüentemente, um adulto nessa mesma situação”.

A cardiologista considera que o sedentarismo na infância e adolescência tende a se tornar cada vez mais comum por conta do novo modelo de vida adotado pelas pessoas.

“As crianças vivem dentro de casa. Não brincam mais nas ruas, não andam de bicicleta, não jogam bola, não correm. Ficam em casa defronte das TVs, dos computadores e dos jogos. Essa prática faz com que as crianças se tornem obesas”, ressaltou a especialista.

Hoje, cerca de 15% dos adolescentes estão com sobrepeso e 10% já são considerados obesosTV e Computador . Ela lembra que tem se tornado cada vez mais frequente crianças desenvolverem doenças como hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia (elevação da taxa do colesterol ruim, o LDL).
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que, nos últimos dez anos, a obesidade infantil tem crescido entre 10% e 40% na maioria dos países europeus.

 


O excesso de peso tem sido um verdadeiro pesadelo para Vitor Costa, de 9 anos, 18kg acima do ideal (ele tem 62kg e o recomendado é 48). Desde o nascimento, ele sofre com a obesidade e, por isso, é obrigado a fazer dietas e exercícios físicos regularmente. A doença originada de uma disfunção hormonal, fruto da herança familiar paterna, faz com que a mãe, a dona de casa Nairmeire Costa, seja vigilante da prática de atividades. “Fico no pé dele para andar de bicicleta todos os dias”, comenta a mãe. Segundo ela, o filho não abre mão de passar a manhã diante da TV. “Embora não se recuse a fazer exercício, não sai da frente da televisão assistindo ao desenho animado. Brigo muito por causa disso”, afirmou.

A adolescente Marcela Lopes, 13 anos, vive um dilema parecido. Com 12kg acima do peso ideal, ela confessa que não é amante de exercícios físicos. “Gosto mesmo é de ficar no computador. Não suporto esporte, fico cansada, mas minha mãe insiste muito, por isso, faço”, diz a menina. A mãe, Helena Lopes, 32 anos, se mostra bastante preocupada, já que não tem como monitorar os hábitos da filha por trabalhar das 8h às 18h. “Coloquei na natação, mas nem sempre ela vai. É um horror! Só quer mesmo ficar no computador. Nos desentendemos muito por causa disso”, comentou a mãe.

A prática de atividades físicas é considerada fundamental pela cardiologista Isabel Guimarães. Ela ressalta que o hábito aumenta a eficiência cardíaca e pulmonar, reduz as taxas do colesterol ruim, reduz a pressão sangüínea. Além disso, provoca a redução e a manutenção do peso, deixa os ossos mais fortes, deixa a pele mais saudável, melhora a auto-imagem e reduz a ansiedade. Ela alerta para importância de equilibrar a alimentação. “A prática de exercício físico, somada a uma alimentação adequada, pode combater a obesidade”, frisa a cardiologista.


DICAS:

Como evitar o sedentarismo

  • Compre presentes de aniversário e natal que estimulem o movimento, como patins
  • Envolva outros parentes e amigos nas suas atividades
  • Dê ênfase à diversão, não à técnica
  • Seja voluntário em eventos de atividade física na escola de seus filhos
  • Descubra atividades, na sua comunidade, como trilhas, piscinas, parques, clubes e outros
  • Planeje festas e férias onde movimentos e jogos estejam sempre presentes. Em vez de comemorar o aniversário com uma festinha, reúna os amigos e parentes e passe o dia num parque.

Hábitos alimentares importantes

  • A ingestão energética deve ser equilibrada
  • Atividades físicas e de jogos esportivos devem ser praticados diariamente
  • Evitar o sedentarismo, deixando a criança não mais do que duas horas por dia em frente à TV, ao videogame e / ou computador
  • Oferecer legumes, frutas e verduras durante as refeições
  • Leite e derivados devem ser consumidos diariamente
  • Crianças e adolescentes que apresentam hábitos alimentares inadequados devem contar com a intervenção da família
  • Os pais precisam controlar o que os seus filhos comem e quais são os momentos adequados para o consumo de cada tipo de alimento.

Alimentação no Primeiro Ano de Vida

 

A prática alimentar no primeiro ano de vida é a base para a formação dos hábitos alimentares da criança. Segundo VITOLO (2003), esse período pode ser dividido em duas fases: antes dos seis meses e após os seis meses.

Nos primeiros seis meses de vida, recomenda-se a amamentação exclusiva, fortalecendo o vínculo mãe/bebê, protegendo a criança contra doenças, possibilitando o ganho de peso para o bebê, assim como um desenvolvimento das estruturas orais envolvidas no ato de sugar (VITOLO, 2003). É importante orientar a nutriz que nessa primeira fase a criança não precisa ingerir água, chá, suco ou qualquer outro alimento, pois o leite materno oferece todos os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento e crescimento da criança.

A partir dos seis meses de vida, a tolerância gastrointestinal e a capacidade de absorção de nutrientes atingem um nível satisfatório proporcionando maior adaptação física e fisiológica para uma alimentação variada quanto a consistência e textura (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

A introdução de alimentos no primeiro ano de vida deve ser lenta e gradual, pois a criança tende a rejeitar as primeiras ofertas de alimentos, pois a textura e sabor são diferentes do que era oferecido antes. A oferta dos alimentos deve ser realizada nos períodos em que a criança esteja com vontade de comer, e, caso não se sinta saciada, oferecer o leite materno.

A partir dos 6 meses de vida ofertar 3 refeições ao dia, recomenda-se 2 papas de frutas e 1 papa salgada se estiver recebendo o leite materno. Preferencialmente nos seguintes horários: meio da manhã, almoço e meio da tarde. Caso a criança esteja desmamada, ofertar 5 refeições ao dia nos seguintes horários: início da manhã, meio da manhã, almoço, meio da tarde e início da noite (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

Segue abaixo tabela com esquema alimentar para crianças menores de 2 anos:

FONTE: Ministério da Saúde, 2009.

 

Os alimentos oferecidos no início da alimentação complementar devem ser espessos, obtendo consistências pastosas (purês e papas) e aumentando gradativamente a consistência da refeição até que os mesmos alimentos preparados para a família sejam oferecidos para a criança (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

Alimentação Saudável para Crianças menores de 2 anos 

Siga os 10 Passos

01- Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos.

02 - A partir dos 06 meses, oferecer de forma lenta e gradual outros ali­mentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.

03- A partir dos 06 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, legumino­sas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cin­co vezes ao dia, se estiver desmamada

04- A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em in­tervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança.

05- A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; começar com con­sistência pastosa (papas / purês) e, gra­dativamente, aumentar a sua consistên­cia até chegar à alimentação da família.

06- Oferecer à criança diferentes ali­mentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida.

07- Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições

08- Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salga­dinhos e outras guloseimas, nos primei­ros anos de vida. Usar sal com modera­ção.

09- Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garan­tir o seu armazenamento e conservação adequados.

10- Estimular a criança doente e con­valescente a se alimentar, ofere­cendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

 

Fonte: Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição – Ministério da Saúde.

Alimentação Saudável para Crianças maiores de 2 anos 

Siga os 10 Passos

01- Procure oferecer alimentos de diferentes grupos, distribuindo-os em pelo menos três refeições e dois lanches por dia.

02 - Inclua diariamente alimen­tos como cereais (arroz, milho), tubérculos (batatas), raízes (mandio­ca/macaxeira/aipim), pães e massas, distribuindo esses alimentos nas re­feições e lanches do seu filho ao longo do dia.

03- Procure oferecer diariamente legumes e verduras como parte das refeições da criança. As frutas po­dem ser distribuídas nas refeições, so­bremesas e lanches.

04- Ofereça feijão com arroz todos os dias, ou no mínimo cinco vezes por semana

05- Ofereça diariamente leite e de­rivados, como queijo e iogurte, nos lanches, e carnes, aves, peixes ou ovos na refeição principal de seu filho

06- Alimentos gordurosos e frituras devem ser evitados; prefira ali­mentos assados, grelhados ou cozi­dos.

07- Evite oferecer refrigerantes e su­cos industrializados, balas, bom­bons, biscoitos doces e recheados, salgadinhos e outras guloseimas no dia a dia.

08- Diminua a quantidade de sal na comida.

09- Estimule a criança a beber bas­tante água e sucos naturais de frutas durante o dia, de preferência nos intervalos das refeições, para manter a hidratação e a saúde do corpo.

10- Incentive a criança a ser ativa e evite que ela passe muitas horas assistindo TV, jogando videogame ou brincando no computador

 

Fonte: Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição – Ministério da Saúde.